domingo, 10 de agosto de 2008

Eu sou eu, não sou a minha família, não sou os meus amigos, não sou o meu país e muito menos sou os seus costumes.

Eu, a mim me construí, Nasci do amor consagrado Entre as lágrimas e as cinzas Do desagrado!

Eu sei que o meu país sofre…

Eu sei que a minha mãe sofre de cansaço, de desespero, de desconsolo e de preocupação com a nossa situação. Sei que o meu pai sofre de depressão, de medo, de sentimento de inutilidade, de desconhecimento e de cólera. Sei que eles conversam de noite, quando me pensam a dormir. Sei o quanto ela teme a morte dele que pensa próxima, (quer a física, quer a psicológica). Sei o quanto ele teme o seu futuro enegrecido (pelas suas mãos e pelas dos outros).

Sei que, se calhar, o dinheiro não vai chegar para mais do que um ano na universidade. Sei que vou para um curso arriscado, que tenho um gosto bizarro e que a diferença é punida pela sociedade vulgar.

Eu sei tudo isso mas rio e persisto, porque é assim que eu sou.

Por vezes desespero um pouco mas não sei entrar em PÂNICO.

Porque sou relaxada, tenho “alucinações”E ambições difíceis e caras mas consigo ignorar o que é mortal.

Sempre foi assim que ultrapassei o mal. Comigo, não é a falar que as coisas melhoram, mas sim não falando muito delas. Penso nelas, exclusivamente, quando tem mesmo de ser, quando o problema dá para resolver.

Eu sobrevivo através do ROCK N’ ROLL, tentando viver o bom que tenho.

E, quando não encontro nada de fantástico no presente, limito-me a olhar em frente, para o desconhecido futuro, que lá me permite divagar e imaginar…

Por isso não vale a pena que me critiquem por não me frustrar e tentar ignorar, nem por ter grandes fases de DENIAL.A negação do trivial tem vindo a salvar a minha vida.

Eu sou eu e sou assim e assim permanecerei e assim viverei enquanto me apetecer viver.

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