quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O Desconhecido

Leio Pessoa como se não houvesse amanhã

Enquanto oiço as musicas mais deprimentes que existem.

Sinto que tudo o que sinto é matéria vã

E que não justifica os sentimentos que persistem.


Mas se sou feliz, se sinto completa minh’alma,

Então porquê este mórbido fascínio pelos que falharam?

Percebi há pouco que esta gente me acalma

Porque todos eles ilusões e sonhos inúteis amaram.


Porque sinto que morro, que me mata o futuro…

Este futuro cruel que me corrói interiormente,

Que me faz pensar o quão doloroso e duro

É o sonho. Pergunto-me porque sonho constantemente…


O que mais me faz espécie nesta situação

É saber que o ignóbil futuro eu desconheço.

Preciso de controlo, criei esta habituação

A ter de perceber tudo o que sinto. E adormeço


Com esta dúvida que me não abandona.

É aqui que a minha admiração pelos falhados jaz,

Porque com eles todos os meus medos vêm à tona.

E é isto que não conhecer o futuro me faz.


Questiono-me, mais que tudo, sobre meu fim.

Será que de nada serve este permanente criar

De ilusões e quimeras dentro de mim?

Chegará o dia em que irei minha vida terminar?


Chegará o dia em que a alegre Catarina

Sentirá que já não há mais nada a fazer?

Será que ela sentirá que a desilusão a domina

E descobrirá que não vale mais a pena viver?

1 comentário:

Anónimo disse...

good.

good.




goooood.




isso faz lembrar algum poeta, pá!!
deixa-me lembrar o nome....


ah lembrei-me:




É a Catarina Costa, já ouviste falar nela por aí?




***


(insisto: vais ganhar um nobel)