sábado, 24 de novembro de 2007

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.


Luis Vaz de Camões



(Pra ti, sua ruiva zombie parvalhona!)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Uma das coisas soltas que escrevo e depois encontro...

Encontram-se a sofrer, ó desamparados,

Porque a morte levou alguém que amavam.

E se meus pêsames vos entregasse, ó abençoados,

Que diferença faria? Que saudades travavam?

terça-feira, 20 de novembro de 2007

God is in the Rain


God is in every single thing that lives so, there for, it really is in the rain. That's why I like to feel the rain on my skin, it feels like every inch of Nature is touching me, making me more alive then I already am.
But even though I like to see and f
eel the rain I’m unable to love it because I just cant live with this grey sky, my imagination doesn't let me. I look up and I see a grey and white mass that seems to be just above my head. It feels like if I just lift my hand up I could touch the clouds and like a Celtic I fear that the sky is going to fall upon me. I fell inprisioned and asphyxiated as if I’m inside a box whose ceiling is made of clouds.
Besides, in my head, God is rig
ht above me, always looking down to us humans, and when it rains, i imagine that this enormous blue eye is crying, that God is unhappy with His sons he punishes us, making His salty tears fall upon us. As another way of punishing us, God also takes us the warm light that comes from the sun, our fountain of live. Light is related with enlightening, wisdom and clarification and, been greedy and blind, we, the human kind, don’t deserve to see the light and only deserve to be immersed in darkness.
Darkness... This dark scenario in which the rainy days left us are also a sign from God. Because in the dark there may be fear but there is also hope and there will always be someone that wants to find the light and fight the darkness.
Summarizing, this awfully
discoloured weather means to me that all of us should fight against our own fears and doubts and find the light, find a way to improve all our situation, find a way to get us out of the darkness...
But what if I don’t feel in the mood to fight the darkness?

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Am I just another brick in the wall?


I feel like I'm a blank page between colorfull, adventurous and amusing pages...


Am I just another brick in the wall?
I dont wanna be just another brick in the wall...
I'm not just another brick in the wall...
What if I am just another brick in the wall?
No! I'm positive I am NOT just another brick in the wall, I AM NOT!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Génioooo!!!


Mário de Sá-Carneiro

“Primeiros Contos” – “O Incesto”


"(…) Se a pena corria veloz negrejando as folhas banais de almaço pautado, o dramaturgo esquecia a vida, esquecia-se da sua dor.

Oh! A alegria inefável de vermos os nossos pensamentos tomar forma, de irmos vendo alinharem-se pouco a pouco as palavras que os traduzem e depois, de lermos em voz alta a página escrita, batendo bem as sílabas, para emendarmos o que soar mal, polindo aqui uma frase, alem outra frase, até conseguirmos o perfeito ritmo! E um capítulo que termina, um acto de que se escreveu a ultima réplica sobre a qual o pano há-de cair bruscamente, um período rutilante, bem equilibrado, sonoro, onde pusemos todo o nosso amor, toda a nossa alma… E tudo isso saiu do nosso cérebro; tudo isso é nosso, é bem nosso! Fomos nós que o criámos. Se não fôssemos nós, não existiria!

Um artista pode sofrer muito, ser muito infeliz até à morte. Acredito mesmo que entre os artistas se enfileirem alguns dos grandes desgraçados da terra. No entanto, na desventura dum artista – por amarga que ela tenha sido – brilhou sempre um raio de sol. A sua desgraça não foi com certeza a duma existência vazia e desoladora – que é a maior e mais real miséria deste mundo.

O prazer de criar avantaja-se a todos. Em frente da arte, o artista esquece. A sua dor, se não se cura, suaviza-se pelo menos. A arte é um refúgio. Eis a sua única utilidade – digamo-la baixinho: Se não fossem os belos livros da minha estante e as páginas de má prosa que escrevo de vez em quando, há muito que eu teria dado talvez um tiro nos miolos.

Nas suas grandes dores, que são uma guloseima negada ou um puxão de orelhas, a criança refugia-se junto dos seus brinquedos, e abraça-os e beija-os. O artista, na sua angústia, consola-se com a sua arte. É que a arte, é também no fundo um «brinquedo». Os homens são crianças eternas.

Escrever histórias, meus amigos, não é seguramente o melhor emprego que se pode dar aos anos da nossa vida. Eu digo isto e escrevo histórias. Desbarato tempo? Sem duvida. Mas gosto muito de escrever histórias. Acima de tudo, devemos fazer aquilo de que gostamos.

- É o que toda a gente faz! – Gritam-me.

Perdão. A maior parte da gente faz um grande número de coisas que não gosta de fazer e que podia muito bem deixar de fazer. Mas fá-las porque toda a gente as faz: Ninguém se deita as oito horas da noite. Eu, quando me apetece deitar-me a essa hora, deito-me. Os outros não o fazem, mesmo que tenham muito sono, simplesmente porque ninguém se deita as oito horas. Eis uma das poucas coisas de que me posso orgulhar na minha vida: Nunca fiz nada que não gostasse de fazer e que pudesse deixar de fazer."

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Economia


Compreendo…
Anda-me a apetecer tudo largar
P’ra ir procurar algo mais.
Sinto que já não me entendo
E que já não sei o que pensar…
Estou perdida entre meus “ais”!

Estou imersa nos “ais” que foram ignorados
E quero forçar-me a mantê-los enterrados.

(Só p’ra teres noção
Do que faço enquanto te escrevo,
Estou p’ra aqui deitada de lado,
Embrulhada na roupa da cama quente,
Resistindo à grande tentação
De parar de estudar como devo,
De atirar a Economia para o Passado
E pensar em algo mais pertinente…)

Concordo… Este ano parece que a falsidade voltou a estar na moda
E, de certo modo, não consigo esconder o quanto isso me incomoda.

Gostava de poder fugir, Rodrigo,
A sério que sim…
Mas a confiança que meus pais têm em mim
Muito me custou a conquistar, meu amigo.

E desiludi-los agora,
A um ano de ir para a Universidade,
Não está nos meus planos, não por ora…
Esta é a pura verdade…

Ultimamente,
Tenho sentido a minha poesia artificial e forçada
Mas agora está a sair-me tão naturalmente
Que não consigo controlar o natural nesta rima amada.

(E já caguei para a economia,
Nem sei se a quero perceber…
Mas que coisa mais vazia
Que me fazem aprender!)


01:48
09/11/2007

...

Parece que me foi tirada toda a energia
Que uso para tanto conversar…
E neste inconsciente acto de rebeldia
O meu desejo é apenas de pensar.

Sentada nesta sala de aula, aqui parada,
Não sinto vontade nem de rir.
Sinto tudo mas não sinto nada…
Ó Deus, porque tenho de sentir?

Envolvida num transe inconstante,
Pego numa madeixa de cabelo escuro
E analiso-o como se fosse importante,
Sempre com os olhos no futuro

O cheiro que na minha mão ficou,
Embrenhado bem fundo nos meus medos
- Memória de quem comigo se quedou -
Entra em mim, penetrando meus segredos.

Toda a ilusão que vive na minha mente
É visível através de meus olhos castanhos.
Basta que olhem para mim intensamente
E verão todos os espectros estranhos

Que passeiam nos meus pensamentos,
Brincando com eles, brincando comigo,
Criando mil fictícios tormentos
E vencendo quiméricos perigos.





08/11/2007
12:37

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O Desconhecido

Leio Pessoa como se não houvesse amanhã

Enquanto oiço as musicas mais deprimentes que existem.

Sinto que tudo o que sinto é matéria vã

E que não justifica os sentimentos que persistem.


Mas se sou feliz, se sinto completa minh’alma,

Então porquê este mórbido fascínio pelos que falharam?

Percebi há pouco que esta gente me acalma

Porque todos eles ilusões e sonhos inúteis amaram.


Porque sinto que morro, que me mata o futuro…

Este futuro cruel que me corrói interiormente,

Que me faz pensar o quão doloroso e duro

É o sonho. Pergunto-me porque sonho constantemente…


O que mais me faz espécie nesta situação

É saber que o ignóbil futuro eu desconheço.

Preciso de controlo, criei esta habituação

A ter de perceber tudo o que sinto. E adormeço


Com esta dúvida que me não abandona.

É aqui que a minha admiração pelos falhados jaz,

Porque com eles todos os meus medos vêm à tona.

E é isto que não conhecer o futuro me faz.


Questiono-me, mais que tudo, sobre meu fim.

Será que de nada serve este permanente criar

De ilusões e quimeras dentro de mim?

Chegará o dia em que irei minha vida terminar?


Chegará o dia em que a alegre Catarina

Sentirá que já não há mais nada a fazer?

Será que ela sentirá que a desilusão a domina

E descobrirá que não vale mais a pena viver?

domingo, 4 de novembro de 2007

Friend... The most beautiful word in the world...

Good Times by Keola & Kapono Beamer

We were friends who rode the waves
Time we spent in our younger days
Was a11 in fun, Oh the good times that we had.

We were young and it was fine
To feel your spirits as it climbs
There no regrets, only good times.

We were friends in our younger days
Although we went our separate ways
You were my friend, you never turned away

Who can say what life will do,
Life is kind to just a few
Theres no regrets, only good times.
In time we will grow We will change

Just as free as the wind and the waves

Live your life the way you choose
Find the ones who laugh with you
Like the sea will find it's way to shore

As the sun sinks from the sky
Live your life and you will find

Theres no regrets, only good times,
only good times..