quinta-feira, 24 de julho de 2008

poema já com uns meses...

Sábado, 10 de Maio de 2008 -12:43:44



Caminho pela baixa de Setúbal

Como caminho pela minha vida.

Vou andando, calma e rapidamente,

Observando de um modo global

Esta gente alegre e corrompida.


Assim percorro a minha cidade.

Dói-me o ombro e a mala pesa

Como me pesa a vida e tal

Como me pesa e magoa a felicidade.

Pesa-me a ignóbil certeza


De que vou encontrar pessoas

Que conheço nesta minha aldeia

Que me acompanha desde o nascimento.

Pesam-me as encadernações boas

Dos livros que trazem cheia


A minha alma. Meus companheiros

Que trago da minha segunda casa,

A minha biblioteca, minha amiga Real,

Pesam-me as palavras de tinteiros

Alheios, cuja fé e cuja Asa


Transporto comigo. Pesam-me, também,

O meu caderno e a minha caneta

Com que escrevo o que penso

E o que à imaginação me vêm.

Pesa a minha letra feia e preta


Que ainda diz mais do que eu.

Pesa-me o leitor de Ém-Pê-Três,

Uma das poucas tecnologias

De que realmente o meu

Ser necessita. Sem porquês,




A música acompanha-me…

1 comentário:

Anónimo disse...

opá para mim é me dificíl ler poemas em Português. nunca hei de perceber porquê , mas parece que não tem auquele certo je ne sais quois que têem os em Inglês e quiçá os em Francês.
mas ando a aprender a apreciar a poesia nacional. Talvez tu me ajudes nessa tarefa.
este poema começou normal e foi gradualmente subindo na minha consideração.
passou de falar das banalidades da ruas de Setúbal e do simples acto de caminhar, para 3 das melhores prazeres que existem na vida.
os livros, o escrever e o ouvir música.
qualquer coisa escrita que relacione estes 3 items , é se sombra de dúvida , worth reading.