Sábado, 10 de Maio de 2008 -12:43:44
Caminho pela baixa de Setúbal
Como caminho pela minha vida.
Vou andando, calma e rapidamente,
Observando de um modo global
Esta gente alegre e corrompida.
Assim percorro a minha cidade.
Dói-me o ombro e a mala pesa
Como me pesa a vida e tal
Como me pesa e magoa a felicidade.
Pesa-me a ignóbil certeza
De que vou encontrar pessoas
Que conheço nesta minha aldeia
Que me acompanha desde o nascimento.
Pesam-me as encadernações boas
Dos livros que trazem cheia
A minha alma. Meus companheiros
Que trago da minha segunda casa,
A minha biblioteca, minha amiga Real,
Pesam-me as palavras de tinteiros
Alheios, cuja fé e cuja Asa
Transporto comigo. Pesam-me, também,
O meu caderno e a minha caneta
Com que escrevo o que penso
E o que à imaginação me vêm.
Pesa a minha letra feia e preta
Que ainda diz mais do que eu.
Pesa-me o leitor de Ém-Pê-Três,
Uma das poucas tecnologias
De que realmente o meu
Ser necessita. Sem porquês,
A música acompanha-me…
1 comentário:
opá para mim é me dificíl ler poemas em Português. nunca hei de perceber porquê , mas parece que não tem auquele certo je ne sais quois que têem os em Inglês e quiçá os em Francês.
mas ando a aprender a apreciar a poesia nacional. Talvez tu me ajudes nessa tarefa.
este poema começou normal e foi gradualmente subindo na minha consideração.
passou de falar das banalidades da ruas de Setúbal e do simples acto de caminhar, para 3 das melhores prazeres que existem na vida.
os livros, o escrever e o ouvir música.
qualquer coisa escrita que relacione estes 3 items , é se sombra de dúvida , worth reading.
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