segunda-feira, 30 de junho de 2008

Hecaté


Não sou pagã, mas todos os que me conhecem estão familiarizados com o meu fanatismo por mitologias e civilizações antigas. De entre os gregos, a minha divindade preferida é, sem dúvida, a menosprezada e pouco conhecida Hecaté.

talvez esta fixação tenha nascido do facto do nome Catarina ser proveniente do nome grego Hecaté.

Simpatizo tanto com esta Deusa, que dediquei uns capitulos do meu ultimo livro a falar dela.

Neste momento da minha vida, sinto as palavras que escrevi acerca de escolhas e tomar caminhos de uma forma mais forte que nunca.



"Sempre que nos deparamos com uma encruzilhada na nossa vida, com a necessidade de fazer escolhas, Hecaté está lá para nos guiar e para nos ajudar a escolher o melhor caminho. Mas, segundo ela, não existem boas e más escolhas, apenas escolhas. Independentemente do resultado que advenha das nossas decisões, todas as escolhas valem a pena pelo caminho que nos fazem percorrer."


"Pagãos inocentes da decadência"

quarta-feira, 25 de junho de 2008

"'Screvo meu livro à beira-mágoa. "

"Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?"

"O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
Os beijos merecidos da Verdade. "

"(...)Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor. "

"Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raiz -
Ter por vida a sepultura."

"Ser descontente é ser homem. "

"Tenho meus olhos quentes de água. "

"'Screvo meu livro à beira-mágoa. "

"Quando, meu Sonho e meu Senhor?"

Mensagem – Fernando Pessoa



Que seria de mim se, no meio dos meus desesperos, uma voz lenta e calma e plácida e profunda, não soasse na minha cabeça, como se o autor dos versos que recordo falasse comigo e me lembrasse do que é ser. Oh, Fernando Pessoa, quando estou muito triste, quando não me lembro de mim, quando as coisas não fazem sentido, tu dizes-me tudo o que há para ser dito.

Assim, hoje relembrei pensamentos perdidos.

Relembrei que, sem as minhas loucuras, os meus devaneios, minhas ideias bizarras, meus raciocínios estapafúrdios, sem coisas destas, eu não progrido, pois não inovo, não crio, pois não evoluo.

Relembrei que, se não visse constantemente o Futuro na minha mente, se não visse cenários, situações, pessoas, (personificações dos meus sonhos realizados), que para os outros são invisíveis, então perderia a vontade de lutar. Cada um sonha com aquilo que pensa ser recompensa suficiente para os seus actos. Alguns sonham com riqueza, alguns sonham com amor, e essas recompensas, se um dia a eles chegarem, bastarão para os realizar. Mas, para mim, "os beijos merecidos da verdade", estão na glória e no sucesso.

Relembrei que a dor que sinto, é necessária para que ultrapasse as adversidades que se prostram à minha frente e que, se a dor parece excruciante, então a recompensa ser-lhe-á proporcional. Valerá sempre a pena continuar, por mais que cada acto básico e simples do quotidiano doa.

Relembrei que aqueles que se sentem totalmente felizes não conhecem o prazer do desafio, o calor que cresce no ventre daquele que sonha com aquilo que não existe ainda, mas que acredita que virá a acontecer. Aqueles que não sonham já perderam a vontade de viver (se alguma vez a tiveram) e estão apenas à espera da morte, que os levará e eliminará a sua existência.

Relembrei que estar num constante desassossego é apanágio da condição humana. Aquele que não está descontente com nada é conformista e não tenta deixar a sua marca no Mundo.

Relembrei que não é errado nem humilhante que o criador se emocione com aquilo que criou e a que deu origem, assim como um pai se emociona com o filho. Enquanto sentir o que escrevo como se da minha vida se tratasse e enquanto desesperar com a frustração do presente e do errado, serei fiel aos meus escritos e às minhas crenças e valores.

Relembrei que não saber o que me espera é o que me guia. É o descohecimento que me orienta e que me continuará sempre a dar vontade de viver e de perguntar "Quando, meu Sonho e meu Senhor?".





Deste modo, aceitei minha dor e entendi o seguinte: por mais feliz ou satisfeita que me encontre em determinado momento, por trás da felicidade, as minhas dúvidas, mágoas, tristezas e frustrações estarão à espreita, esperando pela altura em que a alegria se começa a desvanecer, atacando-me, fazendo com que eu nunca deixe de reflectir, de sonhar e de traçar novos planos e objectivos. Quando a dor for lancinante, terei sempre os meus vícios, através dos quais faço a catarse da mágoa e, esses mesmo vícios, abandonam, então, essa denominação depreciativa, uma vez que me dão prazer e calma, tornando-se em algo bom.

Por fim, termino com o verso mais lindo da obra "Mensagem", "'Screvo meu livro à beira-mágoa. ". Apesar de desconhecer o futuro, sei que sempre escreverei até ao dia em que a minha vida mortal terminar. Sei, também, que escreverei sempre à beira da minha mágoa, quer sejam contos, histórias, romances ou poemas, pois é essa mágoa, quer minha, quer de outrem, que me inspira, que me eleva, que me faz reflectir, que me faz criar, que me mantém viva, que faz com que, a cada lufada de ar que inspiro, tenha vontade de continuar e de lutar.

domingo, 22 de junho de 2008

Here's to you mate


Há cerca de dois meses atrás um grande amigo, comentando um poema meu, escreveu o seguinte:


"Pobre Catarina que morre entre as linhas da poesia. Derrete-se no alcohol e morre entre o papel."



É fantástico como consegues dizer coisas tão bonitas e que são mesmo muito reais... Cada vez mais reais. Nem sei se isso será bom ou mau...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Nowadays things are just not that great. A sad feeling as been growing inside of me for the last months and it seems to have come to stay. I don’t actually know what’s the problem, I can see some problems in my present life but nothing too big to make me feel so blue.


It’s been hard for me to fall asleep, even harder than it used to be (I’ve always had sleep problems since I was a little girl) and, when I’m finally sleeping, I have nightmares. Not nightmares with monsters and deaths and the usual awful things that happen in nightmares. Most of the times I don’t remember why were my dreams so terrible and, when I do remember, I realize that what scares me the most is realizing that it was all just a dream. I know that happens to a lot of people, every day, but, every time I wake up to find out I was dreaming the pain is so strong that it actually makes my chest hurt.


Other times, when I wake up during the nigh (it happens every couple of hours now) I just have no idea where I am. And even worst, I sometimes feel as if I don’t know who I am. That’s how confuse I get when I wake up!


The only thing I know for sure right now is that everything hurts these days... Every breath I take, every movement I make, everything I look at, it all hurts. And it all makes me think about things that aren’t real to compensate. I’m afraid or getting lost inside my head and inside my imagination. And that hurts too. Like I say, everything seems painful now.


I don’tknow where this pain comes from and I have no idea when it’s going to pass. I only know this one thing, one of the only rules I have in my life – if it hurts, it’s gonna make you strong -, I don’t care how cliché it may seem. All I have left is to try to take the pain as if it was normal, try to act as if this weight on my chest was always here and try to learn something with this.


Even if it hurts so badly...

sábado, 14 de junho de 2008

Se dor não há,

A poesia não cresce.

Se grande tristeza

A vida não nos dá,

O poema não floresce.


Um verso é uma rosa,

Num canteiro de sentimentos

Maleficamente plantada.

Se a água melindrosa

Não amenizar seus sofrimentos,


A flor não prospera.

Se apenas houver alegria,

O verso pode, com certeza,

Nascer. Mas não supera

Uma cantilena popular e fria.


Apenas se o sofrimento

Devorar as entranhas

Da pessoa iluminada

Que escreve, o padecimento

Das suas façanhas


Poderá dar uma vida

E um significado

Aos seus pesarosos poemas.

Assim, uma mente ferida,

Envolvida em pecado,


Será a do melhor jardineiro.

Aquele que melhor alimenta

As suas rosas e dilemas,

Aquele que se oferece por inteiro

À poesia, que sua alma acalenta.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

... ... ...

I just can't write anything right now... Anything at all...

terça-feira, 3 de junho de 2008