quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Hoje sinto que sou jovem,

Que sou real e que sou inteira

E que a vida se prostra à minha frente.

Sei que as ambições que me movem

Me fazem viver desta maneira,

Sempre com o futuro na mente.


Por vezes sinto que estou prestes a morrer

E sinto-o com tamanha certeza

Que, me despeço, antes de me ir deitar,

Como se nunca mais fosse ver

Aqueles que amo. Faço-o com clareza

E consciente de que vai tudo terminar.


Mas, quando nesse estado estou,

Sinto em mim uma grande paz

Por saber algo realmente.

Sei, então, que a minha pessoa amou

E aproveitou e se divertiu e foi capaz

De viver, sempre, sempre, continuamente.


Quer me sinta mesmo à beira da vida

Ou me sinta mesmo à beira da morte,

Fico feliz, sinto-me um todo, completa!

A morte não é por mim temida

E não acredito que seja mesmo sorte

Viver uma existência longa e obsoleta.


Sou jovem e sou-o agora, amanhã,

Depois e ainda depois disso! Jamais,

Em tempo algum, deixarei de o ser.

Porque se eu, guardiã da jovialidade,

Algum dia deixar de querer mais

E envelhecer, já não me valerá viver.


E é por isso que, com franqueza,

Não me importa o que sinta,

Quer seja bom, ou mau, ou indefinido,

Desde que o saiba com firmeza!

Toda a dúvida está, agora, extinta

E para sempre foi por mim banida!



10:41

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