Atiro fora os lençóis sujos de nós.
Atiro-os para o saco da roupa para lavar como atirámos para longe tudo o que fomos. Atiro o teu cheiro para o esquecimento, pois é onde tem de pertencer. Atiramos tudo fora para atirar ainda mais longe a dor.
Atiro-me a mim, àquilo que fiz por ti, aquilo que mudei contigo, às memórias ferverosas, às noites longas, a tudo atiro como às lágrimas e aos gritos, pequenas pedras pela falésia.
E Atiro-te a ti, à tua bondade, à tua insistência, aos teus sonhos inúteis e desperdiçados, grandes pedras a mergulhar nas ondas.
Para ali atiro este depósito intensionalmente irrecuperável, para que lá em baixo se enterre na areia a nossa mágoa e para que penetre no subsolo fundamente à medida que abandona as nossas mentes, a tua mente...
Atiro fora o teu amor, que nunca soube usar, na esperança que alguém o encontre por entre a maré baixa.
Atiramos tudo. Atiramo-nos um ao outro. Atiramos a vida.
1 comentário:
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