Sorrow rebuild me as I step out of the light
Misery strengthen me as I say my goodbyes
I heal my wounds with grief
And dream of you
And weep myself alive
Cidade do Rio Azul
I
Cidade, que o rio namora
Na mais perfeita união
Sem sentirem a idade.
O rio, diz sempre à cidade
Somos “um só coração”.
II
Cidade, que o rio adora
Como poeta a sonhar…
E seus versos vai cantando,
Ora alegre, ora chorando,
Ou em murmúrio a rezar.
Setúbal, minha cidade
Cidade do rio azul…
Cenário que a natureza
Nos deu com tanta beleza
Sem igual, de norte a sul…
Cidade, minha cidade,
O teu rio é teu senhor.
Que há tantos séculos te beija
Mas te ama e te deseja,
Como fora um novo amor.
III
Setúbal, tens teus poetas,
Que te cantam sem cessar…
Tuas praias, teus encantos
As mágoas, sorrisos e prantos,
Dos que labutam no mar.
IV
Tantas vezes te cantou
Bocage teu filho amado
Que de saudades morria,
Sem saber, se voltaria,
A ver o seu pátrio Sado.
Carlos Costa (meu avô)
Hoje sinto que sou jovem,
Que sou real e que sou inteira
E que a vida se prostra à minha frente.
Sei que as ambições que me movem
Me fazem viver desta maneira,
Sempre com o futuro na mente.
Por vezes sinto que estou prestes a morrer
E sinto-o com tamanha certeza
Que, me despeço, antes de me ir deitar,
Como se nunca mais fosse ver
Aqueles que amo. Faço-o com clareza
E consciente de que vai tudo terminar.
Mas, quando nesse estado estou,
Sinto em mim uma grande paz
Por saber algo realmente.
Sei, então, que a minha pessoa amou
E aproveitou e se divertiu e foi capaz
De viver, sempre, sempre, continuamente.
Quer me sinta mesmo à beira da vida
Ou me sinta mesmo à beira da morte,
Fico feliz, sinto-me um todo, completa!
A morte não é por mim temida
E não acredito que seja mesmo sorte
Viver uma existência longa e obsoleta.
Sou jovem e sou-o agora, amanhã,
Depois e ainda depois disso! Jamais,
Em tempo algum, deixarei de o ser.
Porque se eu, guardiã da jovialidade,
Algum dia deixar de querer mais
E envelhecer, já não me valerá viver.
E é por isso que, com franqueza,
Não me importa o que sinta,
Quer seja bom, ou mau, ou indefinido,
Desde que o saiba com firmeza!
Toda a dúvida está, agora, extinta
E para sempre foi por mim banida!