Uma vez, quando eu tinha catorze ou quinze anos, uma das minhas mentoras da altura, a minha professora de História do Secundário disse uma frase que, durante uns tempos, nunca abandonou a minha mente. Era algo como "por vezes, petante uma oportunidade, o Homem acaba por deixar a oportunidade passar por não se aperceber da escolha que tinha à sua frente. Mais tarde, apercebe-se do seu erro mas culpa sempre o Destino"
Hoje, cerca de cinco anos depois, essa frase voltou-me à memória enquanto divagava por oceanos de acontecimentos.
Pergunto-me como é que uma pessoa pode, simultaneamente, ser tão observadora e perspicaz em relação aquilo que a rodeia e, porém, ser tão distraída e trapalhona ao ponto de, só depois dos momentos passados se aperceber de que deixou que algo lhe fugisse, qual agua fugidia por entre mãos em concha.
A resposta reside no seguinte: as pessoas perspicazes conseguem facilmente antever acontecimentos mas, no entanto, por serem tão obcecadas e determinadas em descobrir o que se passa em seu redor, preto no branco, acabam por se descuidar nas áreas cinzentas do universo. e, lamentavelmente, vêm a descobrir que, nessas partes de penumbra existencial, por vezes pode habitar algo com mais potencial intrínseco que nunca se deram ao trabalho de analisar e que podia, provavelmente, ser assaz mais interessante e promissor do que aquilo em que a sua suposta atenção periférica estava concentrada.
Depois de registadas, depressa as áreas cinzentas ocupam um lugar numa das outras categorias mais importantes mas, na maior parte das vezes, a oportunidade escapou, foi um momento unico e irrecuperavel, que se perdeu por mera idiotice. e o Homem, face ao seu erro, culpa o Destino.
O Homem culpará sempre o Destino.
"Only the known is safe. Only the known is tolerable. The unknown is... a vulnerability." Stephenie Meyer
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1 comentário:
Tou a adorar a dissertação de psicanálise. Isto parece a outra que tem que se analisar a si própria para perceber as coisas que faz.
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