Não sei o que o dia de amanhã nos reserva...
Já não consigo prever minimamente os teus actos... O que outrora foi um livro aberto para mim tornou-se no codex mais secreto do mundo.
Num mundo perfeito, amanhã, quando me olhasses, mostrar-me-ias aquele sorriso descontraído e sincero e eu veria o meu grande amigo regressando do limbo. Dir-me-ias que, devido à distância, aos meses entre nós, ao ritmo mais atribulado da tua nova vida, nem tinhas dado conta de que tinhas tantas saudades.
Eu perdoar-te-ia e tudo continuaria na mesma.
Mas não vivemos num mundo perfeito.
O meu instinto e o meu pessimismo dizem-me que o que acontecerá quando te vir pela primeira vez em três meses apenas acontecerá que me sorrirás do modo "politicamente correcto", conversaremos sobre casualidades, rir-te-ás daquele modo diplomático, cavalheiresco e horripilante.
Antes preferia que me olhasses com desprezo e dissesses que a nossa amizade já não significava nada.
Não sei o que o dia de amanhã nos reserva, isso é certo, mas anseio por ele de um modo assustador.
De certo modo, já aceitei que te perdi. Só quero estar contigo uma última vez antes de me despedir para sempre de uma das pessoas que teve significado para mim.
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